A realidade sempre é interpretada por determinados paradigmas. Diferentes modelos auxiliam a pesquisa e a comunicação dos resultados de distintas áreas de pesquisa. O macroparadigma moderno firmado sobre a razão encontra-se em crise e processo de mudança. As igrejas, sua teologia e seus processos de educação são atingidos por este influxo cambiante. A educação cristã com vistas à formação do povo de Deus necessita desenvolver experimentos que expressem um sentido de busca nestes novos tempos. Um paradigma da palavra atua a favor de uma aproximação dialógica entre a Palavra de Deus e a palavra humana. Situar-se entre a modernidade e a pós-modernidade em educação é afirmar a dignidade do ser humano, pela descentralização do sujeito autônomo moderno, localizando-o na relação com o Totalmente Outro. O modelo da palavra afirma a revelação como seu pressuposto básico. A fé cristã é comunitária. A educação em seu meio atua com a convicção de que os cristãos, a partir de sua fé, tornam-se potencialmente aptos para aprender e tirar conseqüências desse aprendizado. A pedagogia e a filosofia fundamentam uma antropologia do diálogo, da capacidade de aprender a aprender em relação. O núcleo pedagógico de Paulo Freire é essencialmente relacional e reaproveitável a esse tempo de desencanto com o modelo da razão. É necessário investir em uma racionalidade da relação. Os educadores devem assumir seu papel situando-se na relação dialética de linguagem e pensamento, como mestres e como seres de diálogo. A teologia precisa recuperar sua vocação comunitária, sua fidelidade à Palavra de Deus testemunhada na Bíblia e afirmar a diversidade dos ministérios. A educação cristã a serviço da reflexão teológica comunitária dialoga e assume o ministério do ensino com vistas a um testemunho de todo o povo de Deus, que é o autêntico sacerdócio, mais fiel ao evangelho de Jesus Cristo e mais consentâneo às perguntas e temas existenciais de nosso tempo.