Um estudo contributivo para o diálogo entre psiquiatria e teologia. Primeiro, verificam-se as origens do distanciamento entre psiquiatria e teologia e situa-se a existência como uma base comum possível de reaproximação. Em segundo, estuda-se a presença da existência na psiquiatria e a instauração da ética através da relação do paciente com o médico. Na terceira parte, a reflexão é dirigida sobre o aspecto existencial da ontologia teológica de Paul Tillich, estabelecendo-se a base comum para o diálogo da psiquiatria com a teologia sobre a existência. No quarto capítulo, a partir deste ponto comum, estudam-se as ansiedades da doença, do pecado e da morte, como a teologia de Tillich as entende e como pode auxiliar a psiquiatria na ampliação dos seus conceitos, apresentando casos clínicos ilustrativos e comentados, de acordo com o assunto. Como decorrência, a quinta parte é dedicada à contribuição de Tillich para a atualização e ampliação do conceito existencial de neurose, com uma ilustração e discussão clínica sobre a fenomenologia da doença e do tratamento realizado a partir dela. O sexto capítulo analisa as inter-relações entre saúde e religião, considerando as questões do tratamento, da cura e da salvação e como elas podem ajudar no processo psicoterapêutico, expondo-se outro caso clínico, no qual surgem as questões propostas pela teologia à psiquiatria. E na última parte o trabalho estuda a fé segundo Tillich e o seu todo é englobado dentro do conceito da coragem de ser diante das três formas da ansiedade: do destino e da morte, da culpa e da condenação e do vazio e da insignificação. Os casos clínicos apresentados são referidos dentro do contexto do tema, com a intenção de unir estas ciências, apontando para a contribuição do teólogo estudado. Constantemente é feito um contraponto das concepções de Tillich com aquelas da psiquiatria e destas com a filosofia existencialista.