Uma análise da relação da Teologia da Libertação com o Marxismo. Na primeira parte são examinados nove teólogos latino-americanos que escreveram explicitamente sobre este tema. Representam um amplo espectro dentro da TdL., tanto a nível de diferenças individuais como regionais, cronológicas e confessionais. Uma visão de conjunto termina esta primeira parte, tentando clarificar o estatuto teórico do marxismo em geral, e depois especificamente do marxismo com o qual os teólogos da libertação se relacionam. A segunda parte acompanha de perto a relação dos teólogos latino-americanos com o Marxismo ao longo do processo hermenêutico da TdL, tentando avaliar passo a passo a presença e a influência real do Marxismo na construção da prática e do discurso teológico. A terceira parte, finalmente, tenta chegar a algumas conclusões. Busca precisar o modo de apropriação do Marxismo pela Teologia da Libertação, em primeiro lugar, e em segundo lugar por modelos conceituais pelos quais a relação entre estas duas tradições possa ser melhor iluminada e explicada. O conceito mais explicativo é o de afinidades eletivas, que já foi amplamente usado por Max Weber em seus estudos das relações entre a religião e as realidades econômicas, sociais e políticas. Os teólogos da libertação se ligam ao Marxismo por afinidades com o mesmo, tanto práticas como técnicas. O nível e a extensão das afinidades e do grau de eleição varia de teólogo para teólogo, varia com a época, a região e com as variações nas conjunturas sócio-políticas reais.