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Título

Talar Rosa: um estudo didático-histórico-sistemático sobre a ordenação ao ministério eclesiástico e o exercício do ministério ordenado por homossexuais

Autor

Musskopf, André Sidnei

E-mail

Área de concentração

Teologia e História

Orientador(es)

Deifelt, Wanda

Banca Examinadora

Deifelt, Wanda
Ricardo Willy Rieth
Thomas Dixon Hanks

Data da Defesa

27/02/2004

Palavras-Chave

Ordenação, Ministério eclesiástico, Homossexuais

Resumo

Talar Rosa é uma marca imposta a homens gays na busca pelo exercício do Ministério Ordenado na Igreja. O mesmo aconteceu nos campos de concentração Nazista quando os oficiais costuraram um triângulo cor-de-rosa para identificar os homossexuais. Essas marcas são convertidas em símbolos de resistência quando re-significadas. Esta re-significação implica a apropriação do conceito de Ministério Eclesiástico a partir das histórias de vida trazidas à luz através da Metodologia de História Oral, e pela releitura dos processos históricos que criam e prescrevem estas marcas. Nos três primeiros séculos o movimento Cristão passou de ser um espaço igualitário, reunindo-se nas "igrejas na casa", para uma instituição mais patriarcal, transformada na "igreja como casa patriarcal de Deus". Quando a Igreja Cristã se tornou uma instituição pública ela assumiu valores do mundo greco-romano e definiu sua estrutura através de um processo de institucionalização, patriarcalização, (hetero)sexualização e sacramentalização. Neste contexto o Ministério foi prescrito ao bispo que representava o pater familias. No século XVI Martim Lutero protestou contra a opressão promovida pela estrutura da Igreja Católica Romana solidificada nos séculos anteriores, reafirmando princípios do Novo Testamento e estabelecendo as compreensões teológicas que tornaram-se centrais para as Igrejas Protestantes. O que ele não fez foi romper com as estruturas patriarcais assentadas em diferenças de gênero e sexualidade. Na atualidade nos confrontamos com a questão da homossexualidade na Igreja e no Ministério. A IECLB tem definido sua política dizendo que as comunidades não estão prontas para ordenar um "homossexual praticante". A análise do documento e da discussão nesta igreja mostra as incongruências através da comparação da teologia de Lutero com a prática da igreja. Esta releitura é realizada através de uma Hermenêutica da Corporeidade e da Teoria Queer. É a partir da experiência corporal de homens gays que a re-significação é feita, revelando a contribuição desta experiência para a vida da Igreja. Ela também questiona uma estrutura heterocêntrica e reconhece os dons que homens gays trazem para o Ministério dada sua experiência de viver em uma sociedade e igreja que não os reconhece nem valoriza. A re-significação do Talar Rosa é completada através da apropriação de princípios teológicos tais como Batismo, sacerdócio geral de todos/as crentes, justificação por graça e fé, assim como das compreensões sobre sexualidade e organização eclesiástica. Teologia como "fé em busca de compreensão" é construída sobre o Ministério Ordenado.

Abstract

Pink Robe is a mark imposed to gay men in search for the exercise of the Ordained Ministry in the Church. The same happened in the Nazi concentration camps when the officials sewed a pink triangle to identify the homosexuals. Those marks are converted in symbols of resistance and struggle when ascribed new meaning. This ascribing of new meaning implies the appropriation of the concept of Ecclesiastical Ministry from the life histories, brought to light through the Oral History Methodology, and by re-reading the historical processes that create and assign those marks. In the first three centuries the Christian movement passed from being an equalitary setting, meeting at the "churches at the house", to a more patriarchal institution, transformed into a "church as the patriarchal house of God". When the Christian Church became a public institution it took on values of the Greco-Roman world and defined its structure through a process of institutionalization, patriarchalization, (hetero)sexualization and sacramentalization. In this context the Ministry was designed for the bishop who represented the paterfamilias. In the XVI century Martim Luther protested against the oppression promoted by the structure of the Roman Catholic Church solidified in the previous centuries, re-affirming principles from the New Testament and setting the theological understandings that became central to the Protestant Churches. What he didn’t do was breaking apart from the patriarchal structures resting on gender and sexuality differences. Nowadays we face the issue of homosexuality in the Church and Ministry. The IECLB has defined its policy saying that congregations are not ready to ordain a "practicing homosexual". The analysis of the document and the discussion in this church shows the incongruities by comparing Luther’s theology and the practice of the church. This re-reading is accomplished by a Hermeneutics of Embodiment and Queer Theory. It is from the embodied experience of gay men that new meaning is ascribed, revealing the contribution of this experience for the life of the Church. It also questions a heterocentric structure and acknowledges the gifts gay men bring to the Ministry given their experience of living in a society and church that does not recognize and value them. The ascribing of new meaning to the Pink Robe is accomplished through the appropriation of theological principles such as Baptism, priesthood of all believers, justification by grace and faith, as well as of the understandings about sexuality and ecclesiastical organization. Theology as "faith seeking understanding" is constructed regarding the Ordained Ministry.

Arquivo

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