Será que as teorias que ressaltam a realidade bioquímica do ser humano precisam desvalorizar sua dimensão espiritual? Será que a defesa do ser humano como um ser chamado ao relacionamento com a divindade implica em desprezar a sua realidade biopsico-social? Será que a genética é relevante para ética, e a ética necessária para a genética? Para responder a tais questões defendemos o seguinte: Primeiro uma compreensão não fragmentada da própria ciência, no caso, da genética. A genética não pode ser analisada independentemente da sociedade que a produz e a que ele serve. Em segundo lugar é preciso reconhecer a complexidade da vida humana e a tendência dos diferentes ramos do saber de reduzir o humano à sua única perspectiva. Busca-se hoje uma visão holística do ser humano e da vida na terra, de maneira que qualquer reducionismo é tradição à sensibilidade atual. Por fim, o ser humano vive de sentido, de sentido para a própria vida e de sentido para a sua ação. Se este sentido contempla integralmente a vida, teremos uma ação, uma ética, que também defende a vida integralmente. Para isso, é urgente denunciar todo a ação e toda a teoria que esconda ou diminua a dignidade humana e o valor intrínseco de todos os seres vivos do planeta.