ESCOLA SUPERIOR DE TEOLOGIA
INSTITUTO ECUMÊNICO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM TEOLOGIA 

Banco de Teses e Dissertações

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Tese de Doutorado

Título Caminhos de resistência nas fronteiras do poder normativo: um estudo das Cartas Pastorais na perspectiva feminista
Autor Ströher, Marga Janéte
E-mail
Área de concentração Bíblia
Orientador(es) Wegner, Uwe
Banca Examinadora

Wegner, Uwe
Deifelt, Wanda
Brakemeier, Gottfried
Weiler, Lucia
Konzen, Léo Zeno

Data da Defesa 28/02/2002
Palavras-Chave Leitura feminista da Bíblia
Cartas Pastorais
Hermenêutica feminista
Resumo

Essa pesquisa é uma contribuição para o estudo das Cartas Pastorais do Novo Testamento ( 1 Timóteo, 2 Timóteo e Tito) na perspectiva da Hermenêutica feminista. Trata-se de desconstruir os discursos de exclusão e resgatar a participação das mulheres nas primeiras comunidades cristãs. A partir do estudo de textos que tratam da organização da comunidade e os respectivos cargos de liderança, percebe-se que a casa greco-romana organizada patriarcalmente, é assumida como modelo de igreja, sob o conceito de casa de Deus. Nessa forma de organização fixam-se as papeis para os diversos membros da comunidade a partir das prescrições éticos-morais do mundo greco-romano, baseadas em submissão, obediência e hierarquia. O bispo, como o pater familias da comunidade, concentra os papéis de ensino e direção e passa a Ter a palavra normativa, legitimada pela autoridade paulina evocada no texto. A partir da reconstrução da história das mulheres nesses textos, descobre-se a sua participação ativa no ensino a na liderança da comunidade. O discurso das Cartas Pastorais coloca-se como normatizador dos saberes e poderes, especialmente pelo controle do corpo e suas diferenciações de gênero, idade e condição social. O discurso prescritivo em favor da submissão e da obediência de crianças, escravos e mulheres livres ou escravas indicam a presença de resistência e formas alternativas de compreensão da igreja nas comunidades para as quais essas cartas se dirigem. 

   
Abstract This research contributes to the study of the Pastoral Letters of the New Testament (1 Timothy, 2 Timothy and Titus) from the perspective of feminist hermeneutics. It deconstructs the discourse of exclusion and reconstructs the participation of women in the first Christian communities. From the study of texts dealing with the community’s organization and the respective leadership positions, one sees that the Greco-Roman household, organized patriarchally, is taken on as role model for the church, under the concept of the several members of the community are established from the ethical-moral prescription as Greco-Roman world, based on submission, obedience and hierarchy. The bishop, as the "pater familias" of the community, gathers the teaching and leading roles and begins to exercise the normative word, legitimated by the Pauline authority evoked in the text. From the reconstruction of discover their active participation in the teaching and leadership of the community. The discourse for the Pastoral Letters establishes itself as normative of the knowledges and powers, especially through the control of the body via gender, age and social class differentiation. The prescriptive discourse favoring the submission and obedience of children, male slaves and free or enslaved women indicates the presence of resistance and alternative ways of understanding the church in the communities to which these letters are addressed.
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