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Título

Diaconia em contexto de diversidade religiosa e cultural: um estudo a partir de comunidades afro-brasileiras e das comunhões de mesa de Jesus

Autor

Gaede Neto, Rodolfo

E-mail

Área de concentração

Teologia Prática

Orientador(es)

Hoch, Lothar Carlos

Banca Examinadora

Hoch, Lothar Carlos
Wegner, Uwe
Altmann, Walter
Siqueira, Maria de Lourdes 
Sobottka, Emil 

Data da Defesa

25/11/2002

Palavras-Chave

Diaconia
Comunhão de mesa
Pluralismo religioso
Diversidade cultural

Resumo

A diaconia na América Latina se encontra em processo de contextualização. Procura perceber e interpretar o fato maior do momento atual, que desafia a Igreja em sua vocação solidária. Este consiste na vigência de uma lógica de exclusão, que atinge grande parte da população de nosso continente na forma de miséria sócio-econômica. Mais que isso, a diaconia descobre, nesse contexto amplo os mais pobres. Este é o caso do povo afro-brasileiro. Sua história de dupla exclusão – a social e a cultural – representa uma interpretação incontrolável para a Igreja. Urge que se reconheça neste um interlocutor sujeito, com identidade religiosa e cultural própria e com atitudes propositivas para a convivência solidária. A percepção da duplicidade do desafio – o de dar e o de receber, uma relação inter-religiosa e intercultural – reclama uma práxis diaconal liberta da xenofobia, do espírito proselitista e da pretensão de exclusividade na veiculação da verdade. A projeção teológica de tal prática pode encontrar fundamentação nas comunhões de mesa de Jesus. Trata-se de eventos abertos, incondicionalmente inclusivos, em que se exercita a partilha do pão e a comunhão entre diferentes e em que se propõe a descontrução social, econômica, política, religiosa e cultural. A comunhões de mesa de Jesus testemunham o projeto de Deus que tem em vista a reconciliação de toda a oikomene. À luz desta mensagem, a práxis diaconal é concebida na perspectiva da construção de mesas abertas, como espaços de encontro e cooperação em nível interconfessional, inter-religioso e intercultural. Nestas mesas, o Deus universal da vida é compreendido como anfitrião que convida todos os seus filhos e suas filhas para a ceia de partilha e comunhão, prevalecendo nelas, acima das diferenças, o valor ético da vida em abundância para toda gente.

Abstract

Diaconia in Latin America is in a process of finding its context. It seeks to perceive and interpret the major fact of the current moment, which challenges the church to fulfill its the existence of a logic of exclusion, that plagues great part of the population of our continent with social-economic poverty. More than that, Diaconia discovers, in this broad context, the poorest among the poor. This is the case of the Afro-Brazilian people. Their story of represents an unavoidable questioning for the church. The recognition of this people as active speakers urges, with their own religious and cultural identity and with proactive attitudes for a life shared in solidarity. The perception of the double character of the challenge – the one of giving and the one of receiving, in an inter-religious and inter-cultural relation – claims for a diaconal praxis free from xenophobia, from the proselytizing spirit and from the pretension of exclusiveness when transmitting the truth. The theological projection of such praxis can find its basis in Jesus table fellowship. It’s about open events, unconditionally inclusive, in witch the sharing of the bread and communion among different persons is exercised and in which the deconstruction of the walls of social, economic, political, religious and cultural discrimination is idealized. Jesus table fellowship witnesses to God’s project that bears in mind the reconciliation of the whole oikomone. In light of this message diaconal praxis is conceived of part of process of building open tables, as meeting and cooperation places on inter-confessional, inter-religious and inter-cultural levels. At these tables, the universal God of live is understood as the host that invites all children to the shared and communion banquet, where the ethical value of abundant live for all people prevails over the ethic of difference.

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