ESCOLA SUPERIOR DE TEOLOGIA
INSTITUTO ECUMÊNICO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM TEOLOGIA

Banco de Teses e Dissertações




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Dissertação de Mestrado

Título

Autoconsciência Messiânica de Jesus

Autor

Silva, Sydney Farias da

Área de concentração

Bíblia

Orientador(es)

Ströher, Marga Janete

Banca Examinadora

Ströher, Marga Janete
Wegner, Uwe
Silva, Clemildo Anacleto da

Data da Defesa

06/01/2006

Palavras-Chave


Resumo

Uma abordagem teológica da Autoconsciência Messiânica de Jesus, a partir do Evangelho de Marcos e em referência à larga bibliografia existente sobre o tema. No primeiro capítulo são tratadas as diferentes visões do messianismo. Aquela retratada no Antigo Testamento, onde o Messias está vinculado à restauração da monarquia de Israel e a um monarca da descendência davídica. São oferecidas as compreensões que foram desenvolvidas pelos apocalipsistas, que esperavam um Messias Filho do Homem, descido dos céus; pelos essênios, que esperavam um Messias Sacerdotal, e a vivenciada pelos zelotes, que foi cultivada pelo movimento revolucionário popular. A seguir é apresentado um panorama geral no mundo da Galiléia do tempo de Jesus, caracterizando a sua economia fundamentalmente agrícola, a existência de um sistema de pequenas aldeias gravitando ao redor do centro de poder romano, de uma cultura mais judaica do que grega, e das difíceis condições de vida dos agricultores nesse século. O terceiro capítulo mostra que Marcos retrata Jesus de Nazaré como uma pessoa que desenvolve sua própria visão messiânica, não identificada com nenhum dos modelos provenientes dos apocalipsistas, essênios ou zelotes. Ao contrário, sem assumir a identidade de um pretendente ao trono de Davi e um restaurador da monarquia, elege o reino de Deus como padrão de seu messianismo. Em relação ao seu papel, comporta-se como profeta e sinal do reino de Deus. Nesse reinado divino, Deus não é apresentado como um monarca, mas como um Pai, cuja vontade é proposta como instrumento de libertação. Ensina e age em nome e sob a autoridade divina. Propõe novas relações, inclusivas e fraternas, anunciando um novo Templo, sem intermediários, onde todas as pessoas, de qualquer raça ou cultura podem orar diretamente a Deus. Nessa linha são analisados os usos de títulos como Filho de Deus e Filho do Homem e os relatos que tratam da discussão de Jesus com os discípulos, na região de Cesaréia de Filipe; da entrada em Jerusalém, da expulsão dos vendilhões do Templo, e da discussão de Jesus com os escribas do Templo sobre a origem do Messias. Jesus tem consciência messiânica na medida em que se sente compartilhando a ação divina, no tempo escatológico e messiânico de Deus, quando o messianismo se concretiza por meio de seus atos curadores, por meio da comunidade messiânica que organiza e por meio da própria ação de Deus que virá em socorro dele e de todos os que sucumbirem à fúria dos poderes que geram doença, fome e morte. Seu messianismo não está centrado em si mesmo, mas em Deus e no seu reinado.



Abstract

A theological approach of Messianic Selfconsciousness of Jesus, from the standpoint of the Gospel Mark and in reference of the large bibliography available about the theme. The different visions of messianism are discussed in the first chapter. The one portrayed in the Old Testament, in which the Messiah is bound to the reestablishment of davidic descent. The comprehensions that were developed by the apocalipsist are presented, who expected a Messiah Son of Man, descended from heaven; by the essenes who expected a Priestly ,Messiah, and by the zelotes, which was considered by popular revolutions movements of first century of the Christian era. Following a gen3eral panoramic view in the world of Galilee of the time of Jesus, characterizing its fundamentally agricultural economy, the existence of a system of small villages gravitating around the roman power, of a culture more Judaic than greek, and of the difficult life conditions of the farmers in this century. The third chapter shows that Mark depicts Jesus of Nazareth as a person who develops his own messianic vision, not identified with any of the models originating from the apocalipsistas, essenes or zelotes. On the contrary, without assuming the identity of a pretender to throne of David and a restorer of the monarchy, elects the Kingdom of God as a pattern of his messianism. In relation to his role he behaves himself as a prophet and sign of the reign, God is not introduced as a monarch, but as father, whose will is proposed as an instrument of liberation, He proposes new relations, inclusive and fraternal, announcing a new Temple, without intermediaries, where all persons, of any race or culture may pray God directly. Within this line the titles used, as Son of God and Son of Man, are analyzed and reports that deal with the discussion of Jesus with his disciples, in the entrance in Jerusalem, of the expulsion of the peddlers of the Temple, and the argument of Jesus with the scribes of the Temple about the origin of Messiah. Jesus has a messianic conscious in as much as feels himself sharing the divine action, in the scatological and messianic time of God, when messianism becomes concrete by means of his healing acts, though the messianic community that he organizes and by action of God itself which will come to his aid and all of those who will succumb to rage of the powers generate disease, hanger and death. His messianism is not centered in itself, but in God and in his kingdom.

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